“O simples ato da leitura transforma a nossa forma de pensar e enriquece o nosso conhecimento, gerando uma capacidade imensurável de criar o inimaginável”.


Todos os dias ela corria até a janela para vê-lo partir. Eram breves aqueles instantes. Não mais tempo havia senão para um sorriso, e, um leve cumprimento. Ela com os olhos em queda, e, um leve rubor de faces. Ele com o aceno de chapéu, e, um sorriso de disfarces. Ninguém os via, e, mesmo parecia que todo o mundo por aqueles instantes parasse. Eram somente aqueles dois os personagens, das manhãs de céu entorpecente. Mas, um dia, ele não apareceu. E, nos dias seguintes também. Seu rosto empalideceu por imaginar algum mal àquele que só via passar. Passou a esperá-lo ainda mais cedo, quando ainda não se podia ouvir as cotovias. Mas, quão desgastadas eram aquelas esperas, que logo o corpo franzino se deixava roubar pelo sono. Acordava já, sentada, na cadeira de balanço que colocava sempre em frente à janela. Ouvia passos. Corria, mas nada mais via. As manhãs eram cortantes. A janela agora nem mais se abria. O sorriso murchou. E, a felicidade, uma simples promessa de quem nunca mais, por ali, passou.

Engraçado como certos amores se perdem no caminho!
 por : Naaaathy, *-*